Teste de autismo: como identificar os primeiros sinais em crianças
A atenção aos primeiros sinais do autismo infantil pode transformar o futuro de uma criança. Quanto mais cedo a suspeita é identificada e avaliada por um especialista, maiores são as chances de estimular habilidades sociais, cognitivas e emocionais com resultados significativos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023), o autismo afeta 1% da população global, e o reconhecimento precoce dos sinais pode mudar o curso do desenvolvimento infantil. O reconhecimento precoce dos sinais, especialmente nos primeiros três anos de vida, pode mudar o curso do desenvolvimento infantil e ampliar as possibilidades de inclusão social e escolar.
O teste de autismo, também chamado de triagem ou rastreamento, é uma ferramenta que ajuda médicos e famílias a observarem indícios de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas primeiras fases do desenvolvimento. Ele não substitui o diagnóstico clínico, mas orienta quando procurar uma avaliação neurológica infantil detalhada.
Muitos pais percebem diferenças sutis: a criança evita o olhar, não responde ao nome ou prefere brincar sozinha. Esses sinais podem surgir antes dos 2 anos e merecem atenção, sem alarmismo. O importante é observar de forma sistemática e buscar ajuda médica qualificada.
O que é o teste de autismo?
O teste de autismo é uma etapa de triagem precoce utilizada para mapear comportamentos e padrões de comunicação que possam indicar o Transtorno do Espectro Autista.
Na prática clínica, o instrumento mais utilizado é o M-CHAT-R/F (Modified Checklist for Autism in Toddlers), aplicado geralmente entre 16 e 30 meses de idade. Ele consiste em um questionário respondido pelos pais ou cuidadores, analisando comportamentos como resposta ao nome, gestos, interesse por pessoas e uso da fala.
Esse tipo de teste não fornece diagnóstico, mas ajuda a identificar o risco e direcionar a criança para uma avaliação multidisciplinar, que envolve profissionais como neuropediatra, fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional.
A avaliação clínica é essencial para distinguir o autismo de outros quadros, como atraso de fala, distúrbios cognitivos ou condições sensoriais.
Sinais iniciais de autismo em crianças
Cada criança tem seu ritmo de desenvolvimento. Mesmo assim, há sinais que merecem ser observados com atenção. Abaixo, uma síntese dos comportamentos mais relatados em consultas neurológicas.
De 0 a 12 meses
- Pouco ou nenhum contato visual durante as interações.
- Não responder quando é chamada pelo nome.
- Falta de interesse por vozes humanas.
- Não sorrir em resposta a estímulos sociais.
- Não imitar gestos simples, como acenar ou bater palmas.
De 1 a 3 anos
- Atraso ou ausência na fala.
- Não apontar para objetos de interesse.
- Pouca iniciativa em interações com outras crianças.
- Preferência por brincadeiras solitárias.
- Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos ou alinhar brinquedos.
- Dificuldade em lidar com mudanças de rotina.
A partir dos 3 anos
- Comunicação literal ou ecolalia (repetição de palavras sem contexto).
- Falta de interesse em jogos de faz de conta.
- Sensibilidade aumentada a sons, luzes ou texturas.
- Expressão facial limitada ou ausência de gestos espontâneos.
- Resistência a contato físico.
Esses indícios não significam necessariamente que a criança tenha autismo. O que indica necessidade de avaliação é a persistência e combinação desses comportamentos ao longo do tempo.
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce é um dos fatores que mais influenciam na evolução das crianças com autismo leve ou moderado. Quando a intervenção ocorre logo após os primeiros sinais, é possível desenvolver habilidades sociais e cognitivas que favorecem a autonomia e a integração escolar.
O processo diagnóstico deve incluir:
- Entrevista com pais e cuidadores.
- Observação clínica direta.
- Aplicação de testes de autismo validados, como o M-CHAT-R/F e, em casos mais complexos, o ADOS-2 (Autism Diagnostic Observation Schedule).
- Exames complementares, quando há suspeita de outras condições neurológicas.
A avaliação neurológica infantil identifica se os sintomas correspondem ao espectro e qual o grau de suporte necessário. Isso orienta o plano terapêutico e as estratégias escolares e familiares.
Graus de autismo e níveis de suporte
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em três níveis de suporte:
- Nível 1 (autismo leve): a criança possui boa comunicação verbal, mas enfrenta dificuldades em interações sociais mais complexas.
- Nível 2 (moderado): exige suporte frequente para lidar com mudanças e interações. Pode ter atraso na fala e maior rigidez comportamental.
- Nível 3 (severo): requer apoio contínuo, com limitações significativas na comunicação e nas atividades cotidianas.
Como observar e registrar os sinais em casa
A observação diária é uma das formas mais eficazes de ajudar o médico a compreender o comportamento da criança. Alguns cuidados práticos facilitam esse processo:
- Anote comportamentos que se repetem e situações em que ocorrem.
- Grave pequenos vídeos de interações espontâneas (brincadeiras, alimentação, comunicação).
- Registre datas de conquistas e regressões no desenvolvimento.
- Compare com marcos esperados para a idade, como balbuciar, apontar e imitar gestos.
Quando buscar ajuda profissional?
Pais e cuidadores devem procurar um neuropediatra sempre que perceberem sinais persistentes de atraso no desenvolvimento social, de linguagem ou de interação.
O atendimento especializado permite avaliar se há indícios de TEA, TDAH, transtornos de linguagem ou outras condições neurológicas.
Na Vila Mariana, São Paulo, o Dr. Jobair Ubiratan Aurélio da Silva, neurologista e neuropediatra com mais de 50 anos de experiência, realiza avaliações completas de neurodesenvolvimento infantil, aplicando exames clínicos evolutivos e orientando famílias sobre o melhor caminho terapêutico.
A experiência acumulada em inclusão escolar e social reforça a importância de um olhar clínico sensível e técnico desde os primeiros anos de vida.
Autismo tem cura?
O autismo não tem cura, porque não é uma doença, e sim uma condição de neurodesenvolvimento. No entanto, possui tratamento com excelentes resultados quando o acompanhamento é iniciado cedo e conduzido por profissionais especializados.
As principais abordagens incluem terapias de comunicação, integração sensorial, fonoaudiologia, psicologia comportamental e acompanhamento médico periódico.
O objetivo é potencializar o aprendizado, melhorar a autonomia e garantir qualidade de vida à criança e à família.
Conclusão
Reconhecer os primeiros sinais de autismo infantil não é sobre rotular, mas sobre oferecer oportunidades de desenvolvimento no momento certo. A triagem precoce e a observação atenta ajudam os pais a agirem com segurança e a garantirem suporte adequado à criança.
A dúvida sobre o comportamento do filho é comum, e buscar um neuropediatra de confiança é o passo mais assertivo. Em São Paulo, o Dr. Jobair Ubiratan Aurélio da Silva realiza avaliações clínicas completas, com foco no bem-estar e na inclusão escolar e social.
A intervenção certa, aplicada no tempo certo, faz diferença real. Se notar sinais persistentes, agende uma consulta com neurologista infantil e registre as observações para discutir com o especialista.
O desenvolvimento neurológico é contínuo e cada criança tem seu ritmo. A escuta médica qualificada e a participação ativa da família são o caminho mais seguro para construir uma infância mais leve e saudável.
Perguntas frequentes sobre o teste de autismo
- Com quantos meses é possível suspeitar de autismo?
Os primeiros sinais podem aparecer entre 6 e 12 meses, principalmente quando há pouca resposta social ou ausência de gestos. - O que é o teste M-CHAT?
É um questionário usado na triagem do autismo em crianças pequenas. Serve para indicar risco e necessidade de avaliação médica, não para diagnóstico definitivo. - Autismo leve precisa de tratamento?
Sim. Mesmo quadros leves se beneficiam de terapias que estimulam linguagem e habilidades sociais, reduzindo dificuldades futuras. - Meu filho não fala ainda. Pode ser autismo?
O atraso na fala pode ter diversas causas. A avaliação neurológica infantil ajuda a identificar se está relacionado ao espectro ou a outros fatores. - O autismo pode desaparecer com o tempo?
O TEA é uma condição permanente, mas o acompanhamento adequado permite avanços expressivos e adaptação social positiva. - Qual profissional faz o diagnóstico?
O neuropediatra coordena o processo diagnóstico e indica outros especialistas conforme o caso. - Existe teste de autismo online confiável?
Há versões do teste de autismo M-CHAT para autoaplicação, mas apenas a avaliação médica confirma resultados e define intervenções.


